10 agosto 2016

Burger King recebe R$ 450 milhões do Capital Group

O fundo de private equity Capital Group fechou acordo para entrada no capital da Burger King no país, com investimento total de pouco mais de R$ 450 milhões, segundo uma fonte a par do assunto. O fundo passa a ter 31% da rede.

Da soma total, R$ 350 milhões serão aplicados na companhia e R$ 100 milhões foram pagos por cerca de 15% das ações da Vinci Partners (do banqueiro Gilberto Sayão), maior acionista da rede.
Pelo acertado, os fundos Vinci e Temasek e a matriz do Burger King tiveram a sua participação diluída - enquanto o Capital Group passa a ter os 31% da empresa, como antecipou ontem o site "Brazil Journal", a Vinci reduz sua posição de 62% para 38%. O Temasek, fundo soberano de Cingapura, passa de 20% para 15%, e a Restaurant Brands International, controladora da rede no exterior, fica com cerca de 16%.

O Capital Group passa a formar bloco de controle com a Vinci. Segundo uma fonte a par do assunto, o fundo teria considerado colocar uma soma maior no negócio - algo em torno de R$ 100 milhões a mais, para se aproximar da posição que a Vinci passa a ter agora na empresa (38%).

Pode haver, dentro de alguns anos, outra operação de venda de fatia pequena para o Capital, de forma que Vinci e Capital fiquem com participações acionárias mais próximas, mas isso ainda será definido mais à frente.

O fundo estava entre os três investidores interessados no negócio na fase final de análise (de um total de oito gestoras de private equity interessadas).

O Valor já havia informado em julho que o Capital estava avaliando o negócio.

A soma investida na rede praticamente zera a dívida líquida da empresa e reforça o Capex (investimento) dos próximos anos. Dentro do plano traçado de crescimento da rede, é difícil se expandir hoje sem aumento de despesas e dívidas. O total de empréstimos e financiamentos da BK Brasil em 2015 somava cerca de R$ 200 milhões, segundo balanço publicado. O saldo de caixa era de R$ 165 milhões em dezembro. A ideia é não buscar tão cedo um novo sócio, especialmente considerando que o Capital pode ampliar sua fatia no curto prazo.

O Burger King tem crescido de forma acelerada no país - em 2015, as vendas líquidas subiram 44% -, reflexo de um volume maior de novas lojas e pela base de comparação ainda baixa.

No primeiro semestre, as vendas "mesmas lojas" (que comparam o desempenho de unidades abertas há mais de 12 meses) cresceram cerca de 10%, apurou o Valor. De abril a junho, há um 'gap' de cerca de sete pontos percentuais entre crescimento de vendas "mesmas lojas" do Burger King no Brasil e do McDonald's, segundo fonte - ou seja, retirando o efeito das inaugurações de restaurantes.

A expansão orgânica tem exigido investimentos constantes, especialmente dentro do projeto da empresa de ampliar o número de lojas próprias da BK Brasil. São cerca de 540 pontos da marca, e mais de 400 são da BK Brasil, que opera o negócio por aqui. Ao ampliar o volume de restaurantes próprios no Brasil, ela toma um caminho oposto da Arcos Dorados, a operadora do McDonald's no país. A Arcos Dorados tem reduzido o volume de ativos na América Latina, inclusive no Brasil, para diminuir seu patamar de endividamento. A empresa já teria se desfeito de cerca de 25 lojas do McDonald's no Brasil para grupos de franqueados locais neste ano, apurou o Valor. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 10/08/2016

10 agosto 2016



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