02 outubro 2015

Forno de Minas tenta chegar ao Bovespa Mais

A Forno de Minas, empresa de alimentos congelados conhecida pelos pães de queijo, deverá ser a primeira companhia a tentar abrir o capital neste ano por meio de uma oferta de ações com esforços restritos, apurou o Valor. De acordo com fontes, a empresa pretende levantar cerca de R$ 100 milhões e será listada no Bovespa Mais, segmento de acesso da bolsa paulista. A operação é coordenada pelo Credit Suisse.

Nas últimas semanas, a empresa tem procurado investidores locais, e espera conseguir recursos também do BNDES, que já divulgou uma linha para companhias que busquem o mercado de acesso. A ideia é iniciar a operação somente se ela já estiver com a demanda praticamente completa, para que não haja total dependência das condições de mercado.

A Forno de Minas é uma empresa familiar, nascida em 1990. Em 1999, o controle foi vendido para a multinacional americana General Mills. Dez anos depois, em 2009, a família fundadora recomprou o negócio. No ano seguinte, a Forno de Minas trouxe um novo investidor, a gestora Mercatto, que ficou com 29% da empresa. Em 2013, as gestoras Mercatto, Trapezus e BR Partners se fundiram na Bozano.

Em 11 de agosto, a Forno de Minas solicitou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) registro inicial de companhia aberta. Procurados, Bozano e Credit não comentaram o assunto. A Forno de Minas não retornou pedido de entrevista.

Em entrevista ao Valor em julho passado, o presidente da Forno de Minas, Helder Mendonça, falou sobre um acordo recém-fechado com a rede americana de cinemas Cinemark para vender pães de queijo em salas de exibição nos Estados Unidos. Naquela ocasião, ele comentou sobre expectativas de que as exportações, que hoje representam 8% do faturamento, alcançassem 25% até 2020. A companhia esperava aumentar o faturamento entre 25% e 30% neste ano em relação a 2014, alcançando perto de R$ 300 milhões.

Há um ano, a CVM permitiu a oferta com esforços restritos, já usada para debêntures, também para a venda de ações. Nesse desenho, a oferta não é registrada na autarquia e um ponto principal é que pode ser concluída mais rapidamente do que uma operação pública. No Brasil, no máximo 70 investidores podem ser visitados e até 50 entram efetivamente na operação. Para a busca de investidores internacionais, os coordenadores devem observar as regras de cada país para esse tipo de operação. A oferta não é direcionada ao investidor de varejo, apenas para o aplicador qualificado, aquele que tem pelo menos R$ 1 milhão em investimentos. Isso elimina, por exemplo, a necessidade do prospecto da distribuição. A captação pode ser feita em 15 dias, e esse procedimento passou a ser alternativa para que negociações privadas, entre empresas e investidores, com perfil de longo prazo, resultem em novas empresas na bolsa. Valor Economico Leia mais em datamark 02/10/2015


02 outubro 2015



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